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Investir em nichos de mercado é boa estratégia para iniciar um negócio

Pouca concorrência, maior retenção de clientes e lucros maiores são os fatores que atraem empresários para esse mercado, como fizeram Carolina Roxo e Marcia Kutarame, da empresa de alimentos Pra Viagem

Quando a empresária Carolina Roxo, sócia da empresa de alimentos ultracongelados Pra Viagem, resolveu abrir um negócio há 1 ano, ela percebeu que focar em um único segmento seria a melhor opção porque praticamente não teria concorrentes em São Paulo. Sua empresa é uma marca de alimentos ultracongelados focados em pessoas celíacas, intolerantes à lactose e glúten ou com síndrome do intestino irritável. Hoje, ela não tem concorrentes em São Paulo se comparar com toda a gama de produtos que produz e vende.

Assim como Carolina, diversos empresários veem nos nichos de mercado uma estratégia inteligente para abrir um negócio. Pouca concorrência, maior retenção de clientes e possíveis lucros maiores são alguns dos fatores que atraem pessoas a investir em um novo empreendimento.

De acordo com o consultor de negócios Josemar Rodrigues, uma das vantagens dos nichos é poder investir em ações mais assertivas. “Você tem menos concorrência, um público fiel e mais engajado e até pode ter lucro maior pela possibilidade de oferecer produtos exclusivos e mais caros. Um bom começo é apostar em marketing digital. Hoje, fazer uma divulgação em plataformas como Instagram ou Whatsapp é bem certeiro porque as pessoas que irão receber sua informação já se interessam por aquele determinado assunto ou podem estar mais predispostas a aceitar a oferta”, explica.

Mas também há desafios. De acordo com Rodrigues, “sempre é preciso manter o foco no público-alvo porque, ao oferecer outras opções para clientes não nichados que aparecem, o empresário corre o risco de apostar além da conta e confundir os consumidores.”

Para o consultor, o pequeno ou o médio empresário devem entender primeiramente a tendência do segmento que deseja atuar e também quais tipos de produtos que as pessoas estão buscando dentro de tal ramo. “Só assim ele terá a real noção se os clientes estarão dispostos a pagar por esse custo eventual a mais. Por exemplo: em uma loja de produtos naturais, chega um cliente que está de dieta e não pode consumir açúcar refinado comum, que custa em torno de R$ 5, mas quer optar por outros tipos de adoçantes naturais, como açúcar de cocô. Aí ele vai pagar em torno de R$ 30”, compara.

As amigas Carolina Roxo, formada em administração de empresas, e a Marcia Kutarame Loch, em engenharia, fizeram uma lição de casa antes de inaugurar a Pra Viagem. “Cada vez mais, encontramos celíacos, intolerantes à lactose e glúten e com a Síndrome do Intestino Irritável buscando opções para se alimentarem melhor, inclusive de FODMAP (alimentos fermentáveis que são mal absorvidos). Além disso, o diagnóstico também tem crescido”, diz Carolina.

Uma pesquisa da Monash, universidade pública de pesquisa sediada em Melbourne, na Austrália - referência mundial em FODMAP -, mostra que 1% da população mundial tem doença celíaca, 70% têm intolerância à lactose, e que 1 a cada 7 adultos tem a síndrome do intestino irritável. “E essas pessoas quase não têm uma boa oferta de alimentos prontos direcionados, apenas industrializados. Antes de abrir a empresa, fomos conversar com médicos para nos certificar do que essas pessoas precisavam, além de conquistar um selo de certificação para esse tipo de venda”, afirma Carolina.

Com um investimento inicial de R$ 400 mil feito pelas sócias, a Pra Viagem tem hoje um cardápio com 43 opções de pratos, entre salgados, pães e doces. “Temos um bom custo-benefício e somos a primeira empresa a produzir alimentos low FODMAP. Também testamos todas as procedências de nossos fornecedores e contamos com o chef Giovane Guerreiro, especialista em gastronomia para alérgicos, intolerantes e veganos, como responsável pela cozinha e pela execução de todos os pratos da loja Pra Viagem”, diz.

Os clientes podem adquirir os produtos da Pra Viagem por Whatsapp ou pelo site www.praviagem.net e ainda fazer degustações antes de comprar. Em um ano de portas abertas no bairro de Perdizes, em São Paulo, as sócias chegam a vender 500 unidades de produtos por semana totalmente de fabricação própria. O atendimento abrange a capital paulista, Grande ABC, Alphaville e Osasco. “Nossa ideia de investir em um nicho deu muito certo e desconheço concorrentes que façam exatamente o que fazemos. Nosso plano agora é vender para supermercados e aumentar nossas vendas on-line”, completa Carolina.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) oferece diversas dicas para quem quer investir em nichos de mercado e avalia esse segmento como uma estratégia inteligente, já que a competitividade não é alta. Outra vantagem é não ter a obrigação de competir com outras empresas sobre preço, já que a loja que atende a um grupo menor de clientes sabe o que eles necessitam. Um e-book com todas as informações sobre o segmento pode ser baixo no site do Sebrae.

Outro exemplo de sucesso de nicho de mercado é o da Rodeo Store, uma loja do bairro do Tatuapé, em São Paulo, que vende há 17 anos produtos de moda country para cowboys e cowgirls. Há todos os tipos de roupas, calçados, botas principalmente, e acessórios estilo country das melhores marcas. “Somos referência no segmento e temos clientes muito fiéis, que são fãs de música sertaneja, locutores, cantores e artistas sertanejos, como o Asa Branca, e pessoas que frequentam rodeios e comitivas de todo o país”, explica o proprietário Fábio Giglioli Matheus.

Segundo ele, não é tão fácil achar produtos de qualidade deste segmento em qualquer lugar, por isso, sua clientela é fiel e específica. “Hoje, somos um ponto de venda de produtos country e até para a venda de ingressos para festas do segmento. Também oferecemos um atendimento personalizado, ou seja, o vendedor conhece bem os produtos e pode fornecer as informações completas para o cliente”, conta.

Muita gente vem de longe para comprar na Rodeo Store. Segundo o proprietário, 80% das vendas são realizadas na loja física e o restante vem de pedidos no Whatsapp, no Instagram, no Facebook e no Mercado Livre.

Fábio Matheus não foi o fundador da Rodeo Store. “Eu sou um fã de música sertaneja e era cliente assíduo da loja e empresário em outros segmentos. O antigo dono já não estava conseguindo se dedicar tanto ao negócio e me contou que ia fechar a loja. Foi quando resolvi investir e comprei em 2015. Uma decisão muito acertada que, apesar das dificuldades que a pandemia da covid-19 trouxe, consegui manter. Hoje, após 17 anos, a Rodeo Store ainda é uma referência neste ramo. Se eu vendesse apenas roupas e acessórios de um modo geral e apenas algumas peças voltadas para o segmento country, eu não teria a mesma visibilidade. O que me destaca é a segmentação exclusiva”, conclui.