Rua Aureliano Guimarães, 172 - Sala 803, Vila Andrade - São Paulo/SP
  • (11) 4787-4905
  • (11) 4787-4907

Mais do que prestação de serviços...

Uma parceria!

Empresas tentam ações para criar funcionário 'feliz'

Sorria, você está em seu ambiente de trabalho. Já pensou na existência de empresas que se preocupam genuinamente com a felicidade de seus colaboradores? Atividades e propostas inovadoras para propiciar o bem-estar dos funcionários já fazem parte do

Sorria, você está em seu ambiente de trabalho. Já pensou na existência de empresas que se preocupam genuinamente com a felicidade de seus colaboradores? Atividades e propostas inovadoras para propiciar o bem-estar dos funcionários já fazem parte do mundo corporativo.

A analista financeira Sueli San, 42, trabalha há 13 anos na IBM do Brasil, empresa que, para aumentar a confiança e o engajamento dos trabalhadores, criou iniciativas como dias sem "dress code", programas de saúde e incentivo ao uso de bicicleta, além de práticas de atenção plena, ou mindfulness.

Há pouco mais de dois meses, Sueli iniciou o curso de mindfulness, oferecido a 20 colaboradores de cada vez durante oito semanas.

Praticando os exercícios de controle e concentração, já sente efeitos como a melhora da autoestima, da autoconfiança e a diminuição da ansiedade. Agora, retomou projetos deixados de lado, como o MBA e as aulas de dança.

No trabalho, ela diz que as aulas a ajudaram a pensar em uma nova proposta para ganhar agilidade e eficiência. O próximo passo é apresentá-la para todo o departamento.

Sueli afirma que hoje sua maior motivação é se ver sorrindo e que está pronta para sugerir ao médico que diminua a dosagem do antidepressivo que toma há 12 anos.

A sociedade deve aos chamados millennials, nascidos entre 1980 e 1996, essa guinada para a busca da felicidade como elemento de satisfação profissional e produtividade.

Elisabete Adami, professora de administração da PUC-SP, conta que essa geração privilegia flexibilidade, liderança inspiradora, mobilidade na empresa e oportunidades internacionais.

Bem diferente de épocas anteriores, em que segurança e estabilidade eram as maiores preocupações.

"As gerações mais velhas se mostravam mais dispostas a sacrificar a vida pessoal, mas as mais novas não têm essa disposição. Elas buscam a felicidade no trabalho e nas outras áreas de suas vidas", afirma a psicóloga Flora Victoria, diretora da Sociedade Brasileira de Coaching.

REDIRECIONAMENTO

Durante os primeiros dez anos como advogada, Lucila Lobo, 33, percebeu que estava presa a uma forma de trabalho que não fazia sentido para ela. "Faltava tempo para a vida e para a criatividade", afirma Lobo, que hoje é consultora de carreira.

"Encontrar o trabalho ideal é um processo cheio de curvas e que envolve tentativas, erros, pesquisas e experimentação. É o que deveríamos ser instigados a fazer no fim da adolescência, mas que é substituído por testes vocacionais e pela pressão da escolha da faculdade", diz ela.

A satisfação no trabalho depende de autoconhecimento. Nesse sentido, a teoria das "âncoras de carreira", do especialista americano Edgar Schein, pode ajudar.

Trata-se de uma composição de oito fatores de motivação: desafio puro, estilo de vida, dedicação a uma causa, segurança e estabilidade, criatividade empresarial, autonomia e independência, competência técnica e funcional e competência administrativa geral. O perfil profissional de uma pessoa passa por algumas dessas competências, mas é preciso descobrir quais.

Ainda pouco explorado no Brasil, o ramo da psicologia positiva visa melhorar a performance profissional considerando dimensões biológicas, pessoais, relacionais, institucionais e culturais.

"As organizações podem, e devem, investir na criação de condições mais propícias para que isso ocorra. Mas também é necessário que o funcionário seja ativo na busca por sua satisfação profissional", afirma Victoria.

*

54%
dos profissionais se sentem felizes no escritório

8%
se sentem muito infelizes dentro da empresa onde trabalham

20%
não veem a discussão sobre felicidade e bem-estar na carreira como uma prioridade na gestão