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Apenas dois comportamentos transformam você em um líder situacional
É a combinação de democracia e autocracia que resulta em líderes muito mais flexíveis e prontos para liderar em qualquer tipo de ambiente organizacional
A história começou nos tempos em que se pensava que você nascia líder ou não. Muitos pesquisadores e cientistas questionaram essa teoria, e um deles foi o criador do Modelo de Liderança Situacional. A ideia, afinal, era comunicar eficazmente, ajustar estilo e liderar uma pessoa em diferentes situações.
A discussão sobre estilos de liderança e a busca por maneiras de melhor liderar é longa, parece até um chamariz das grandes consultorias
Posso dizer que fui privilegiado. Tive como mentor ninguém mais ninguém menos que o próprio Dr. Paul Hersey (in memoriam) e sua incrível equipe. Eles criaram o modelo de gestão de pessoas mais utilizado pelas empresas, o Liderança Situacional®.
Em 2016, completo 10 anos de experiência nas mais diferentes organizações, ministrando workshops e treinamentos sobre o tema e, por isso, quero contar para você um segredo que não será tão difícil assim de aplicar na sua rotina. A pergunta que todos me fazem é “como se forma um líder situacional?”. A resposta são dois comportamentos e nada mais.
Historicamente, imaginávamos que o líder poderia ser autocrático ou democrático. Haviam aqueles que eram os chamados de “heróis solitários”, resolviam tudo sozinhos e se achavam os donos do pedaço, e aqueles que decidiam tudo com sua equipe, os chamados “boa praça.”
Não deve ser segredo e nem novidade para ninguém que é a combinação de democracia e autocracia que resulta em líderes muito mais flexíveis e prontos para liderar em qualquer tipo de ambiente organizacional. Existem aqueles momentos em que você precisa tomar a decisão sozinho e assumir riscos (autocrático) e outros no qual reunir um grupo e gerar discussões é mais apropriado (democrático). Tudo deve depender da situação, do momento de ser, além de flexível, um líder consistente.
Então ficamos com dois grandes comportamentos que aqui irei chamá-los de Suporte (democrático) e Orientação (autocrático). Sabendo envolver seus liderados ora em comportamento de suporte, ora em comportamento de orientação, você estará agindo conforme as necessidades ou a situação momentânea e assim sendo um líder situacional muito mais eficaz em liderar e comunicar.
Você deve estar se perguntando como se parece um líder que usa comportamento de suporte? Vou explicar!
Comportamento de suporte é aquele na qual o líder deverá criar comunicação de mão dupla, ou seja, dar oportunidades para o liderado expor suas ideias e soluções. Em alguns momentos, esse comportamento exige que as decisões sejam tomadas pelo liderado e você apenas forneça o suporte para tomada de riscos, em outros, a decisão é sua, mas você também dá oportunidade para troca de opiniões e ideias.
DICA: o uso correto desse comportamento busca promover uma boa comunicação e ajuda a desenvolver confiança entre líder e liderado.
QUANDO USAR: esse tipo de comportamento é orientado pela disposição e comprometimento do liderado em desempenhar uma determinada tarefa.
Usar comportamento de orientação é um pouco mais complicado para nós brasileiros, pois confundimos “dirigir ou determinar” com gritar e achar que determinar é ser grosseiro.
Um líder situacional precisa entender que é o seu comportamento que irá determinar o desempenho de outros. Como você se comporta com cada liderado seu guiará como os outros irão preferir que você os lidere.
Comportamento de orientação é aquele no qual o líder deverá engajar-se em definir papeis, prover o que, como, quando, onde e quem é o responsável pelo o que. Em resumo, é gerenciar expectativas e esclarecer as atividades de cada liderado. É uma atividade que irá consumir tempo, mas é melhor do que administrar desmotivação ou regresso em desempenho futuramente.
DICA: o uso correto desse comportamento busca deixar claro as expectativas do líder sobre o liderado e eliminar o “achismo ou bola de cristal” das diversas situações.
QUANDO USAR: esse tipo de comportamento é orientado pela habilidade presente do liderado em executar a tarefa e não o seu passado ou potencial em realizá-la.
Um dos grandes desafios em demonstrar esses comportamentos é diminuir a carga emocional nas decisões. Como líderes, precisamos reconhecer que as nossas tentativas de liderar consistem na quantidade de comportamento de suporte e orientação que fornecemos para nossos liderados.
Para cada trabalho existe uma ferramenta correta. Um martelo é ótimo para bater pregos. Você também pode usá-lo para amassar e até cortar uma placa de metal, mas deixará muitas pontas. Para liderar você precisa de diversas ferramentas e conhecimento para saber para quê elas foram projetadas, e esses dois comportamentos falam exatamente sobre isso.