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Com estoque alto e demanda fraca, confiança da indústria cai em agosto
Otimismo industrial atingiu o menor nível da série histórica, segundo dados da FGV
A confiança da indústria caiu 1,6% entre julho e agosto, ao passar de 69,1 para 68,0 pontos, o menor nível da série histórica. De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (26) pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o resultado sucede uma queda de 4,9% em junho e uma alta de 1,5% em julho.
O superintendente adjunto para ciclos econômicos da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Jr., afirma que a queda do otimismo em agosto sugere que a alta do mês passado teria sido um evento passageiro.
— Fatores desfavoráveis, como os estoques excessivos e a demanda interna fraca, ainda predominam amplamente sobre os favoráveis, como a desvalorização cambial, na construção de expectativas em relação aos próximos meses.
A queda da confiança industrial em agosto atingiu 9 dos 14 principais segmentos acompanhados pela pesquisa e foi determinada pela piora tanto das avaliações sobre o momento presente quanto das expectativas em relação aos meses seguintes.
O índice da situação atual recuou 1,6% em relação ao mês anterior, de 70,3 para 69,2 pontos, o segundo menor nível da série, superando apenas o indicador de confiança de outubro de 1998 (67,3 pontos).
O índice de expectativas também recuou 1,6%, atingindo 66,8, também o segundo menor valor da série (o mínimo histórico de 65,8 pontos foi registrado em junho passado).
O indicador de nível de estoques exerceu a maior influência na evolução desfavorável da situação atual entre julho e agosto. Houve, no período, aumento da proporção de empresas que se consideram com estoques excessivos, de 18,7% para 21,3%, e uma relativa estabilidade da parcela de empresas com estoques insuficientes, que passou de 1,5% a 1,7% do total.
O quesito que mede as expectativas em relação à situação dos negócios nos seis meses seguintes foi o que mais contribuiu para a queda do índice de expectativas em agosto, ao recuar 9,0%, para 72,2 pontos.
Em agosto, houve diminuição na proporção de empresas prevendo melhora da situação dos negócios, de 16,4% para 12,3%, e aumento da parcela das que projetam piora, de 37,1% para 40,1%.
O Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) recuou 0,5 ponto percentual (p.p.) entre julho e agosto, ao passar de 78,2% para 77,7%, o menor nível desde outubro de 1993 (77,1%). A edição de agosto de 2015 coletou informações de 1.132 empresas entre os dias 03 e 21 deste mês.