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Após 2 anos de queda, inadimplência sobe 5,34% em 2011, dizem lojistas
Alta da inadimplência em 2011 decorre de juros altos e crise financeira.
A taxa de inadimplência subiu 5,34% em todo ano passado, na comparação com 2010, informou nesta sexta-feira (6) a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O aumento acontece após dois anos de recuo, registrado em 2009 e 2010.
"A inadimplência mais alta em 2011 é resultado da instabilidade econômica provocada pela crise financeira internacional e as consequências dela na perda da confiança de empresários e consumidores. Além disso, o equívoco da condução da política monetária nos primeiros meses do ano [alta dos juros], com cinco elevações consecutivas na taxa básica de juros, foi preponderante para consolidar um quadro de maior endividamento das famílias", informou a CNDL, em conjunto com o SPC Brasil.
Mês de dezembro
Em termos mensais, houve um crescimento de 2,29% na taxa da inadimplência em dezembro do ano passado. Trata-se da décima primeira elevação consecutiva contra o mesmo mês do ano anterior - comparação que é considerada mais apropriada pela CNDL.
Consultas
A CNDL e o SPC Brasil disseram ainda que o número de consultas para compras a prazo e para pagamentos com cheques (indicador relacionado com o volume de vendas) subiu 4,79% em 2011, na comparação com o ano anterior. Este aumento, segundo os lojistas, se deve à queda do desemprego, ao aumento da renda e à maior oferta de crédtio, entre outros.
Cancelamentos de registros
Os dados da CNDL/SPC Brasil mostram ainda que houve um aumento de 4,94% no cancelamento dos registros (de inadimplência) no ano passado, em comparação com 2010. "Mesmo com sinais de desaquecimento, o mercado de trabalho continua apresentando resultados positivos na geração de empregos", informaram os lojistas.
Metodologia
A CNDL lembra que sua base de dados incorpora os grandes e pequenos varejistas, mas não inclui as operações com cartões de crédito. As transações com cartões de crédito absorvem cerca de 20% do volume total de operações, segundo estimativas da entidade. Os dados da CNDL envolvem, porém, a consulta em mais de 150 milhões cadastros de pessoa física (CPF) de consumidores em 800 mil pontos de vendas credenciados.